sexta-feira, 12 de agosto de 2016

O socialismo e a mentalidade assistencialista destroem a moral e tornam as pessoas egoístas por Dennis Prager


No mundo contemporâneo, é dado como um fato consumado que o capitalismo de livre de mercado, com a sua concorrência entre produtores e a busca pelo lucro, se baseia no egoísmo e gera egoísmo.  Já o socialismo, e todo o suposto assistencialismo que ele gera, seria baseado na abnegação e na bondade, produzindo ainda mais abnegação e bondade.
A verdade é que a realidade é exatamente oposta.
Quaisquer que sejam suas autoproclamadas intenções, o socialismo — e todo o seu assistencialismo — produz indivíduos mais egoístas e uma sociedade muito mais egocêntrica do que uma economia de livre mercado jamais seria capaz de fazê-lo. 
Pior: tão logo esse egocentrismo se torna difuso, é praticamente impossível revertê-lo.
E essa corrupção da mente ocorre em todos os países, independentemente de sua renda.
Eis um exemplo: em 2010, o presidente dos EUA, Barack Obama, fez um discurso para uma enorme platéia formada por universitários.  Em um momento do seu discurso, ele anunciou que, após o governo ter adotado algumas medidas coercivas, as pessoas jovens agora poderiam permanecer usuárias dos planos de saúde dos pais até os 26 anos de idade.
Em toda a minha vida, não me lembro de já ter ouvido aplausos mais estrondosos e prolongados do que aqueles que ouvi naquele dia.  Houvesse o presidente anunciado a descoberta da cura do câncer, é altamente duvidoso que os aplausos teriam sido tão ruidosos ou prolongados quanto.
Mas, afinal, por que esses jovens estavam tão felizes?  O governo lhes dizer que agora podem permanecer dependentes de seus pais até os 26 anos de idade é algo que deveria ser visto por um jovem como totalmente humilhante e aviltante.  No entanto, a mentalidade assistencialista faz com que essa degradação seja vista como algo libertador.
Ao longo da história ocidental, o grande objetivo dos jovens sempre foi o de se tornar adultos maduros e independentes — começando pela independência em relação aos pais.  O socialismo e o assistencialismo estatal, no entanto, destroem essa aspiração.
Em vários países europeus já é cada vez mais comum jovens morarem com seus pais até depois dos 30 anos de idade.  Com alguma frequência, até os 40 anos.  E por que não?  Sob um estado assistencialista, a pessoa cuidar de si própria e assumir responsabilidade pelo próprio sustento não mais é uma virtude.
E por que é assim?  Porque o governo está cuidando de você.
Portanto, o socialismo possibilita — e, como resultado, produz — pessoas cujas preocupações se tornam cada vez mais egocêntricas:
# Quantos e quais benefícios irei receber do governo?
# O governo pagará por minha educação?
# O governo pagará por minha saúde?
# O governo cuidará de mim caso eu não queira trabalhar?
# Qual é o mais cedo em que posso aposentar?
# O governo cuidará de mim em minha velhice?
# A quantas férias pagas tenho direito?
# Se eu for demitido, quanto meu ex-patrão terá de me pagar para me prover conforto?
# Quantos dias posso faltar ao meu trabalho sem receber desconto no salário?
# Quantas semanas de licença maternidade ou licença paternidade pagas tenho o direito de ter?
E, assim, cada benefício social se torna um "direito adquirido".
Mas ainda não terminou.  Há efeitos ainda mais devastadores do socialismo.
A sensação de se ter "direitos adquiridos" cria cidadãos sem aquele traço característico que todo e qualquer ser humano deveria ter: a gratidão.
É impossível ser feliz sem ser grato, e é impossível ser uma boa pessoa se você não tem gratidão.  É por isso que constantemente falamos para nossos filhos: "Diga 'obrigado'!"
Mas o socialismo e a mentalidade assistencialista destroem isso.  Afinal, por que uma pessoa seria grata por receber um benefício social?  Quem seria grato por receber "aquilo a que tem direito"?
Portanto, em vez de dizer "obrigado" aos pagadores de impostos que lhe provêem benesses, o cidadão de um estado assistencialista é ensinado a dizer: "O que mais tenho o direito de receber?  Quero mais, mais e mais!".
E, ainda assim, a esquerda insiste que é o capitalismo e o livre mercado, e não o socialismo, que produz pessoas egoístas.
A verdade é que o capitalismo e o livre mercado não apenas produzem pessoas muito menos egocêntricas, como ainda geram pessoas muito mais preocupadas em agradar aos outros. 
O capitalismo de livre mercado requer ações e interações voluntárias entre os indivíduos.  No livre mercado, não há coerção e ninguém é obrigado a sustentar terceiros.  Não há subsídios, não há tarifas protecionistas, ninguém é impedido de empreender livremente, e não há barreiras governamentais à entrada de concorrentes em qualquer setor do mercado (como ocorre em setores regulados por agências reguladoras).
Em um livre mercado, se eu quero algo de você, então eu tenho de fazer algo por você.
Consequentemente, como explicado neste artigo:
Um dos mais belos aspectos de uma economia de mercado é que ela é capaz de domar as pessoas mais egoístas, ambiciosas e talentosas da sociedade, fazendo com que seja do interesse financeiro delas se preocuparem dia e noite com novas maneiras de agradar terceiros. Empreendedores conduzem a economia de mercado, mas a concorrência entre empreendedores é o que os mantém honestos.
Ensinar as pessoas a trabalhar, a gerar valor, a satisfazer os desejos e as necessidades de terceiros, e, principalmente, a assumir responsabilidade pela própria vida.  Acima de tudo: ensinar que elas devem produzir para ganhar algo em troca. 
Isso gera pessoas menos egocêntricas, e não mais egocêntricas.
O capitalismo e o livre mercado ensinam as pessoas a trabalhar mais, a produzir mais e a gerar mais valor; o socialismo e a mentalidade assistencialista ensinam as pessoas a exigir cada vez mais benesses e a terceirizar o comando de suas vidas para o estado. 
Qual atitude você acredita que gera uma sociedade melhor?


fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2471

Dennis Prager é autor de livros, colunista de jornais, apresentador de talk show e conferencista.  Criou a Prager University, um centro de educação online voltado para a difusão de idéias pró-liberdade e pró-livre iniciativa.

O registro histórico da introdução da doença vassoura-de-bruxa nas plantações de cacau da Bahia. Um filme de Dilson Araújo

O registro histórico da introdução da doença vassoura-de-bruxa nas plantações de cacau da Bahia. Um filme de Dilson Araújo



O socialismo venezuelano: pessoas comendo cachorros, saqueando supermercados e morrendo de inanição

Jamais menospreze a capacidade destruidora do socialismo: a Venezuela, ainda na década de 1970, estava entre os 20 países mais ricos do mundo.  Bastou pouco mais de uma década de bolivarianismo para jogar a população do país na mais completa mendicância. Tudo começou quando, em sua fome por poder, o falecido Hugo Chávez prometeu redistribuir a riqueza do país para os mais pobres (sempre começa assim).  O pai do "socialismo do século XXI", ao que tudo indica, desconhecia a máxima econômica de que, para que os recursos possam ser redistribuídos para as massas, eles têm antes de ser produzidos.
E impedir a produção é exatamente aquilo que o socialismo faz.
A situação começou realmente a degringolar com a destruição da moeda.  Quando a moeda perde seu valor, toda a economia se deteriora.  Sendo a moeda a metade de toda e qualquer transação econômica, se ela deixa de funcionar, você retorna a um estado de escambo.  Ninguém aceita abrir mão de bens — principalmente alimentos e outros produtos essenciais — em troca de uma moeda sem poder de compra nenhum.  Escassez e desabastecimentos se tornam a consequência inevitável.
Uma moeda em contínuo enfraquecimento — que nenhum venezuelano quer portar e que nenhum estrangeiro está disposto a aceitar em troca de dólares (o que inviabiliza importações até mesmo a de produtos básicos e essenciais, como remédios) — e um controle total de preços decretado pelo governo levaram a uma escassez generalizada de bens essenciais na economia.
Um país tem de ou produzir o que consome ou importar.  A produção doméstica praticamente acabou e nenhum estrangeiro aceita trocar dólares por bolívares venezuelanos, o que significa que praticamente não há importações.
Após 15 anos de revolução bolivariana, a Venezuela está mergulhada na maior crise econômica da sua história.  O paraíso socialista criado por Hugo Chávez e aperfeiçoado por seu sucessor Nicolás Maduro vem quebrando paradigmas e alcançando façanhas: já conseguiu gerar escassez e racionamento de papel higiênico, comida, remédioscervejaeletricidade e até mesmo água.
O país está em hiperinflação.  Organismos internacionais, em uma projeção conservadora, estimam uma inflação de preços de 720% para este ano.
E as consequências não estão sendo bonitas.
Saques, mortes, e cachorros como alimentos
Não é nenhum exagero dizer que a situação da Venezuela já alcançou um ponto sem retorno.  O caos se tornou irreversível.
Eis uma foto de Caracas na sexta-feira passada:

De um lado, a polícia.  De outro, cidadãos venezuelanos protestando pelo fato de seus filhos estarem morrendo por falta de comida e remédios, e por não terem água e nem eletricidade. 
Ainda no início de 2015, toda a distribuição de alimentos na Venezuela foi colocada sob supervisão militar.  Em seguida, o governo impôs um sistema de checagem de digitais para se certificar de que a mesma pessoa não esteja comprando itens básicos mais de uma vez na mesma semana.   Em seguida, filas nos supermercados se tornaram rotinas. Os venezuelanos passaram a ter de pedir permissão para faltar ao trabalho e assim poder ficar o dia inteiro em longas filas nas portas dos poucos supermercados que ainda tinham produtos à venda.
Isso inevitavelmente os empurrou para o mercado negro.  A situação ficou tão escabrosa que os traficantes de drogas abriram mão de seu ofício em tempo integral e passaram a se especializar no mercado paralelo de alimentos.
Agora, a escassez e a fome chegaram a tal ponto, que os venezuelanos estão caçando cachorros, gatos e até mesmo pombos para poder comê-los.
Segundo o PanAm Post:

Ramón Muchacho, prefeito de Chacao (uma subdivisão administrativa de Caracas), disse que as ruas da capital venezuelana estão repletas de pessoas matando animais para comê-los.
Em seu Twitter, Muchacho relatou que, na Venezuela, é uma "realidade dolorosa" o fato de que pessoas estão "caçando gatos, cachorros e pombos" para aliviar sua fome.  As pessoas também estão catando restos de vegetais das lixeiras e do chão para se alimentar. [...]
Seis oficiais das forças armadas da Venezuela foram presos por roubarem bodes para matar a fome, uma vez que não havia mais comida em seus quartéis.
À medida que o desespero vai se intensificando, a criminalidade se torna inevitável.
De acordo com o jornal britânico The Daily Mail, um homem acusado de tentar assaltar as pessoas nas ruas de Caracas foi cercado por uma turba de cidadãos igualmente desesperados, espancado e queimado vivo.

O primeiro vídeo abaixo (cenas fortíssimas) mostra o homem sendo espancado.  Já o segundo vídeo o mostra sendo queimado vivo. (Desnecessário enfatizar que as cenas são fortíssimas; veja apenas se seu estômago for bem treinado).



http://www.dailymail.co.uk/video/news/video-1233642/Shocking-footage-shows-mob-viciously-attack-suspected-robbers.html


Também na semana passada, o país vivenciou uma nova onda de saques que resultou em pelo menos dois mortos, inúmeros feridos, e milhões de dólares em perdas e danos. 

Na manhã de quarta-feira, 5 mil pessoas saquearam um supermercado na cidade de Maracay, uma das mais ricas do país.  De acordo com o relato dos comerciantes, as intermináveis filas a que os venezuelanos são submetidos diariamente apenas para comprar itens básicos não puderam ser organizadas naquele dia.  À medida que o tempo ia se passando, os cidadãos desesperados foram ficando cada vez mais ansiosos e temerosos de não conseguirem comprar comida.  E então eles simplesmente começaram a pular os cercados e invadiram o supermercado.



"Não há arroz, nem macarrão e nem farinha", disse o venezuelano Glerimar Yohan. "Há apenas fome".
Ano passado, em uma situação incrivelmente similar, houve um tumulto em um supermercado estatal do país (que havia anunciado a venda de comida subsidiada) no qual milhares de pessoas entraram em conflito com a Guarda Nacional, que utilizou gás lacrimogêneo para dispersar a população.  Uma idosa de 80 anos foi pisoteada até a morte. E 75 pessoas ficaram feridas.
Um pouco diferente do prometido paraíso socialista, no qual haveria fartura para todos, o vídeo abaixo mostra pessoas quase saindo no braço para conseguir um simples pacote de arroz.




Ao longo das duas últimas semanas, várias províncias do país testemunharam saques a farmácias, shoppings, supermercados e caminhões que transportavam alimentos.  Em vários supermercados, gritos de "estamos com fome!" ecoavam.  No dia 27 de abril, a Camara Venezolana de la Industria de Alimentos (Cavidea) relatou que os produtores de alimentos do país tinham estoques para apenas mais 15 dias.




Na Venezuela, quando a ração se torna ainda mais escassa é assim que os supermercados terminam o dia
Com uma moeda morta, com um sistema de preços completamente desorganizado, e com tudo sob estrito controle estatal, a única coisa que resta é assistirmos a essa sociedade implodir.  Oscar Meza, diretor do Instituto Cendas (Centro de Documentacion e Análisis Social), disse que os índices de escassez e de inflação para maio serão os piores da história.  "Estamos oficialmente declarando maio como o mês em que a inanição geral começou na Venezuela", disse ele ao portal Web Noticias Venezuela.

  "Estamos oficialmente declarando maio como o mês em que a inanição geral começou na Venezuela" disse uma ONG que mensura inflação e escassez


A Venezuela e o lápis
Talvez a maior estupidez promovida pelo socialismo é a ideia de que, ao impor controle de preços e ao proibir o lucro, o governo conseguirá fazer com que os alimentos se tornem mais abundantes e mais baratos.  A privação dos venezuelanos gerada pela escassez de comida é exatamente a consequência do controle de preços imposto pelo governo, o qual gera apenas desabastecimento e fome.
A inanição é apenas um sintoma de um colapso econômico mais amplo, que perpassa toda a cadeia de produção, e que foi gerado por decretos do governo.
Em 1958, o legendário libertário Leonard Read escreveu o ensaio Eu, o Lápis, no qual, ao explicar como um simples lápis é fabricado, utilizando componentes oriundos de diversas partes do mundo e fabricado por pessoas visando ao lucro, ele demonstrou o poder da liberdade econômica.  Um lápis é criado por meio das decisões voluntárias de milhares de indivíduos, operando livremente e de acordo com seu interesse próprio.  E, ainda assim, todos agem em perfeita e coordenada harmonia. 
Praticamente todas as ações descritas na criação do lápis são ilegais, não-lucrativas e pessoalmente perigosas na Venezuela de hoje.
Veja o que aconteceu com todo o sistema de transporte.  De um lado, os trabalhadores precisam se locomover até seu local do trabalho.  De outro, as peças e os componentes têm de ser entregues às fábricas.  Os estoques têm de ser vendidos para o varejo.  E os tratores têm de arar os campos.  Mas tudo isso foi abolido na Venezuela.
O fabricante de baterias de carro em Caracas não consegue importar seus componentes, e o controle de preços imposto pelo governo o proíbe de ter lucros.  Para trocarem a bateria de seus carros, os consumidores têm de fazer fila na porta das fábricas — as quais, para cortar custos, não mais estão utilizando o varejo para distribuir seus bens — desde o início da madrugada.  Só que, além de serem necessários vários dias para se completar a transação, a bateria antiga do carro tem de ser dada em troca.  Isso significa que, se ela houver sido roubada — algo bastante corriqueiro na Venezuela —, o cliente tem de apresentar um certificado especial de uma delegacia de polícia, comprovando o roubo.
Uma mulher estava aos prantos às portas de uma fábrica.  Ela já havia perdido vários dias de trabalho esperando na fila.  Quando finalmente foi atendida, recebeu a notícia de que o certificado que ela apresentou para comprovar que sua bateria havia sido roubada não tinha validade.
Mas não são apenas baterias de carro que estão escassez.  Gangues estão invadindo fazendas e armazéns e desmontando completamente tratores e demais equipamentos agrícolas, os quais são vendidos a preços altíssimos no mercado negro exatamente porque se tornaram escassos.  Essa é apenas mais uma dor de cabeça para os agricultores.
Chávez, com sua reforma agrária (outro mantra socialista), já havia confiscado as terras mais produtivas do país e as distribuído para os chavistas, os quais nada entendem de agricultura.  E, mesmo nas terras que não foram confiscadas, a destruição do sistema de preços e a desorganização da economia fizeram com que o plantio desabasse.  A maior parte das sementes utilizadas na Venezuela é importada.  Porém, como não há dólares, elas não mais existem.  Adicionalmente, os agricultores estão relutantes para plantar quando os custos são altos e os preços de venda, controlados.  Ninguém quer produzir em troca de uma moeda que nada vale.  A maior parte da produção é destinada ao consumo próprio.
A pecuária se tornou igualmente menos produtiva, ainda mais agora que os apagões diários estão interrompendo o funcionamento das máquinas elétricas que produzem o leite.  Os poucos caminhões que ainda circulam para distribuir alimentos são frequentemente saqueados.
A oferta de proteína sumiu.  Os ovos desapareceram das prateleiras dos supermercados.  Em outubro do ano passado, sete fábricas de conservas de atum, que empregavam 3.000 pessoas, tiveram de fechar as portas, pois não conseguiam dólares com o Banco Central para pagar os fornecedores estrangeiros que forneciam os materiais para sua produção, como peixe e latas. 
Até mesmo remédios básicos, como uma simples aspirina, sumiram.
Conclusão
Ao passo que uma guerra civil parece inevitável, Nicolás Maduro segue no comando, disposto a continuar utilizando os venezuelanos como cobaias neste seu experimento socialista (em condições quase que de laboratório).
A nós, observadores externos, resta apenas torcer para que essas cenas chocantes se mantenham relegadas às ruas dos paraísos socialistas.  E que elas sempre sirvam de lição para nos lembrar do que é o socialismo na prática.
Por fim, vale ressaltar que, ironicamente, os venezuelanos muito ricos — aqueles a quem Chávez jurou que iria esmagar — ainda têm dólares, e não estão passando fome.  Quem realmente está sofrendo ao ponto de morrer de fome são os pobres e os proletários, aqueles mesmos que os socialistas juram amar.


Mary Anastasia O'Grady é editora do The Wall Street Journal e faz a cobertura de eventos da América Latina.
Andrea Rondón García, doutora em direito pela Universidad Central de Venezuela e diretora acadêmica do Instituto Ludwig von Mises Venezuela.  É também professora da Universidad Católica Andrés Bello.
Leandro Roque, editor e tradutor do site do Instituto Ludwig von Mises Brasil.


fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2410

Cerimônia de abertura das Olimpíadas: uma aula de marxismo cultural por Leandro Ruschel

 
Lindo, mas qual é a mensagem?

Geralmente a propaganda marxista é produzida de forma sutil, mas não foi o caso aqui.
O próprio diretor da cerimônia, o cineasta Fernando Meirelles foi claro: “A cerimônia de hoje terá índios, empoderamento dos negros e das mulheres, transgêneros e um alerta contra os riscos do uso de petróleo”.
E emendou: “Bolsanaro vai odiar a cerimônia. Trump também. Pelo menos nisso acertamos”.
Por trás de lindos efeitos visuais, coreografias e fogos há uma mensagem, ou uma série de mensagens. Nesse caso:
1- Os índios são fundamentalmente bons e puros, foram massacrados por brancos malvados. A tese do bom selvagem prevalece, mesmo que ela seja absurda e não leva em conta o nível de violência e atraso que existe em muitas dessas comunidades até hoje.
2- Esses mesmos brancos malvados escravizaram os negros. Não foi apresentada uma única crítica sobre a escravidão de negros por negros na África e mesmo no Brasil, onde Zumbi era um dos grandes senhores de escravos.
3- Os negros carregam a alegria, a arte, a criatividade, enfim, a capacidade da expressão e são até hoje explorados pelo sistema.
4- A pobreza é algo bom. A favelização da cidade e mesmo da cultura não deve ser combatida, deve ser festejada e incentivada.
5- A sociedade está dividida, e a paz só virá pela favelização do país.
6- O maior problema do mundo é o aquecimento global. Temos que salvar o planeta em primeiro lugar. O ser humano tem importância secundária.
                              Quem liberou os escravos? Isso não importa, responderá Meirelles.

Poderia muito bem ser um programa do PT (comunismo gramsciano), ou do PCdoB (comunismo stalinista) ou do PSOL (comunismo chavista), talvez da REDE (comunismo verde), que tem entre seus quadros o próprio Fernando Meirelles.
Por que não foram apresentado outros aspectos da história e da cultura brasileira? Por exemplo, os brancos que formam a maioria, 45,9% da população, foram praticamente ocultados da festa, tirando a apresentação da Gisele Bundchen, que reforçou a ideia do individualismo, já que ela foi apresentada sozinha no grande palco.
Não houve nenhuma menção sobre a Monarquia, que foi quem acabou com a escravidão, sobre os valores cristãos que formam a base da nossa sociedade, sobre a imigração de europeus que ajudaram a construir o país. Nada sobre o maior fenômeno sociocultural da últimas décadas, que foram os protestos de 2015 e 2016.
 A favela e a mão esquerda cerrada, símbolo máximo do movimento comunista na história.


Para os criadores da apresentação, tudo isso não existiu. O que o Brasil criou de mais importante foi funk e sua representação legítima, resumida pelo verso:
“Eu só quero é ser feliz. Andar tranquilamente. Na favela onde eu nasci. É… E poder me orgulhar. E ter a consciência que o pobre tem o seu lugar.”
Um país com esse lema tem alguma chance de dar certo?

Leandro Ruschel

Compulsive reader and amateur writer. Financial markets, politics, philosophy and business are my subjects.





fonte: https://medium.com/@leandroruschel/cerim%C3%B4nia-de-abertura-das-olimp%C3%ADadas-uma-aula-de-marxismo-cultural-1a2ca056066d#.xt2r5uihx

POLÍCIA DE SP INDICIARÁ PATRÍCIA LÉLIS POR TENTATIVA DE EXTORSÃO E FALSA COMUNICAÇÃO DE CRIME; A CASA CAIU PARA A ATRIZ DA REDE GLOBO!


As acusações de Patrícia Lelis, 22 anos, contra o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) vem sendo divulgadas amplamente pela imprensa desde que o caso foi revelado no dia 3 de agosto. Através da Coluna Espalanada, ela divulgou prints de conversas com o pastor e áudios que gravou com Talma Bauer, chefe de gabinete do parlamentar.

A situação vem ganhando contornos diferentes desde que ela abriu um Boletim de Ocorrência (BO) contra Bauer por tê-la ameaçado de morte e a mantido em cárcere privado em São Paulo, para onde ‘fugiu’ logo após tudo vir à tona. Na volta para Brasília, onde mora, abriu outro BO, onde também acusa Feliciano de assédio sexual e agressão.

As contradições de Lelis e a incongruência dos fatos apresentados por ela às autoridades, contudo, podem fazer com que de acusadora ela passe a ser investigada pela polícia pelos crimes de extorsão e falsa comunicação de crime.

Segundo o delegado Luís Roberto Hellmeister, do 3º DP de São Paulo, onde o primeiro BO foi lavrado, já está descartada a possibilidade de Bauer ter mantido a jovem em cárcere privado. O assessor parlamentar foi ouvido pela polícia e liberado. Ele sempre negou as acusações.

Uma terceira pessoa, Emerson Biazon, citada por Patrícia nas declarações à polícia e à imprensa, também foi chamado para depor. Ele forneceu às autoridades um tablet que continham gravações feitas por ele. São vídeos onde ele aparece negociando tanto com a estudante quando com o assessor uma quantia em dinheiro que serviriam para comprar o silêncio de Lelis.

Está em poder da Polícia Civil de São Paulo a quantia de 20 mil reais, apreendida com Emerson, que ele nega ser dele. O dinheiro seria uma parcela do dinheiro pedido por Patrícia para não denunciar Feliciano, o que, se for verdade, caracterizaria o crime de extorsão.

Num dos vídeos divulgados pelo jornal O Estado de São Paulo, os três investigados aparecem conversando sobre um pagamento de R$ 50 mil à jovem que foi intermediado por uma outra pessoa, Artur Mangabeira, que tem seu nome citado, mas não estava no local.

Ele seria namorado de uma amiga da jovem, que Lélis só conhecia pela internet. Mangabeira teria afirmado ser agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), algo que posteriormente comprovou-se não ser verdade.

No diálogo, Bauer diz ter entregue R$ 50 mil a Artur, que repassou apenas 10 mil para Patrícia.

No vídeo divulgado, Patrícia se mostra indignada e pede: “Bauer, me promete que você vai fazer alguma coisa com ele”. Ela insinua que o assessor, um policial aposentado, poderia executar o intermediário que a prejudicou. A resposta do chefe de gabinete é: “Eu não vou matar ele, mas eu dou um nó nele, alguma coisa eu faço”.

Na interpretação da polícia, está claro que a estudante pediu o dinheiro. “Tem interesse dos dois, mas na gravação ela pede dinheiro”, afirmou o delegado Hellmeister. Ele descarta as acusações de Lélis dando conta que foi mantida refém em um hotel e forçada a gravar vídeos negando que Feliciano tenha tentado violentá-la.

O delegado diz ainda que imagens das câmaras do Hotel San Rafael, no centro de São Paulo, mostram Bauer, abraçando a jornalista no saguão. Outro vídeo mostra a jovem recebendo o namorado. Após analisar essas imagens e áudios , o delegado é categórico: “Ela passa a ser investigada. Ela mentiu para burro aqui”.

Segundo o policial, há comprovação que nas datas que dizia estar sob sequestra, Patrícia foi ao shopping fazer maquiagem e compras. Também esteve na Avenida Paulista passeando com o namorado. Há fotos da jornalista no carro onde gravou o primeiro vídeo e numa churrascaria com Bauer, sempre em clima amistoso.

300 mil para “comprar silêncio”

O valor de 50 mil citado no vídeo é compatível com o que vem sendo divulgado pelo blog Coluna Esplanada, responsável por vazar a história. Segundo as publicações, que incluem prints de conversa por WhatsApp, Patrícia negociou seu silêncio por R$ 300 mil reais, pagos em seis parcelas de R$ 50 mil. A primeira teria sido paga em espécie e parte desse dinheiro são os 20 mil apreendidos com Biazon, e que agora estão em posse da polícia.

Nas entrevistas, Patrícia Lélis sustenta que nunca pediu nem recebeu dinheiro, mas que Emerson poderia ter negociado em seu nome. Não é o que mostra o vídeo. José Carlos Carvalho, advogado dela, continua afirmando que sua cliente não recebeu nenhum dinheiro de Bauer e que os vídeos onde a jovem nega os crimes de Feliciano foram gravados “sob ameaça e em cárcere privado”.

O pastor Marco Feliciano tem evitado falar sobre o assunto. Ele publicou um vídeo no fim de semanaonde nega as acusações. Ao lado da esposa Edileusa, reiterou que a denúncia de assédio sexual é “uma grande farsa”. O PSC já anunciou que também vai processar a estudante que fez acusações contra a legenda, mas que não é capaz de provar.

 http://www.magnetoelenco.com.br/v2/Patricia_L%E9lis

 http://www.magnetoelenco.com.br/v2/pesquisa_resultado2.php?nome=patricia&form_enviado=sim






fonte: http://www.libertar.in/2016/08/policia-de-sp-indiciara-patricia-lelis.html

Como os socialistas deturpam a linguagem para conquistar corações, mentes e, é claro, o poder por Ludwig von Mises

Nota do Editor
O grande Theodore Dalrymple certa vez disse o seguinte:
Em meus estudos sobre as sociedades comunistas, cheguei à conclusão de que o propósito das propagandas feitas pelo regime não era persuadir ou convencer os cidadãos, nem tampouco informar; o propósito era humilhar.  Consequentemente, quanto menos a propaganda correspondesse à realidade, melhor.
Quando as pessoas são obrigadas a permanecer em silêncio ao mesmo tempo em que lhe contam as mais óbvias mentiras; ou, pior ainda, quando elas são forçadas a repetir elas próprias essas mentiras, perdem todo o senso de honestidade.
Consentir com mentiras óbvias faz com que você, de certa forma, se torne também uma pessoa perversa.  Qualquer resistência é erodida, e acaba sendo totalmente destruída.  Uma sociedade formada por mentirosos emasculados é fácil de ser controlada.
Se você examinar o fenômeno do politicamente correto, verá que ele possui o mesmo efeito.  Intencionalmente.
O fato é que a realidade já desmoralizou as idéias econômicas da esquerda há muito tempo (e essa desmoralização pode ser acompanhada em tempo real na Venezuela).  A esquerda sabe que essa é uma batalha que ela não tem como vencer.  E os esquerdistas mais espertos já perceberam isso há um bom tempo.  O que fizeram?  Mudaram de estratégia e encamparam uma batalha que eles realmente podem vencer: o controle da linguagem e a conquista da mente.
E eles podem vencer essa batalha porque não têm nenhuma inibição para fazer tudo aquilo que julgam necessário para vencer: mentir, manipular, trapacear, ser abertamente incoerente — nada disso está abaixo deles. 
E eles são pacientes.  Eles podem perder seguidas batalhas, ano após ano.  No entanto, enquanto as coisas estiverem caminhando para o rumo que desejam, não importa quão lentamente, eles sabem que estão vencendo.
O artigo abaixo foi extraído de um livro escrito ainda na década de 1950. Nele, Mises analisa os primórdios deste fenômeno.



Os socialistas criaram uma revolução semântica capaz de converter o significado dos termos em seu exato oposto.
No vocabulário desta "Novilíngua" — para utilizar um termo criado por George Orwell —, há, por exemplo, a expressão "o princípio do partido".  Etimologicamente, 'partido' é derivado do substantivo 'parte'.  Mas, na novilíngua, 'parte' passou a significar seu antônimo, 'o todo'.  Para os socialistas, 'parte' e 'todo' são sinônimos.
Consequentemente, quando eles se referem ao "princípio do partido", eles não estão se referindo a um partido específico ou a uma parte específica.  Eles estão se referindo a toda a sociedade sob seu comando.  Trata-se da supressão de toda e qualquer oposição.
Igualmente, 'liberdade' implica o direito de se poder escolher entre consentimento e divergência.  Porém, na novilíngua, 'liberdade' significa a obrigatoriedade de consentir incondicionalmente com os ditames socialistas.  Significa também a estrita proibição de qualquer discordância.
Essa inversão da conotação tradicional das palavras não representa apenas uma peculiaridade inocente da linguagem socialista.  Ao contrário, ela é extremamente necessária para a manutenção desse regime.  A ordem social gerada pela abolição da propriedade privada abole toda a autonomia e independência dos indivíduos, desta maneira sujeitando-os às ordens arbitrárias dos planejadores centrais.  Consequentemente, tamanha tirania e humilhação jamais teria o apoio das massas caso  não fosse camuflada por um linguajar mais sedutor.
Os socialistas jamais conseguiriam conquistar corações e mentes caso declarassem explicitamente que seu objetivo final é rebaixar todos os indivíduos à servidão. Por isso, por motivos de imagem e propaganda, os socialistas optaram pela falsa retórica de que defendem o socialismo junto com a liberdade, uma postura flagrantemente contraditória.
Já nos círculos de debate interno entre eles, a retórica é diferente.  Ali, os iniciados não dissimulam suas intenções em relação à liberdade.  Para eles, a liberdade, no passado, de fato representou uma característica positiva da sociedade burguesa, pois lhes forneceu a oportunidade de inventar e colocar em prática seus próprios esquemas.  Porém, tão logo o socialismo triunfou, não mais havia espaço para — ou mesmo necessidade de — idéias e pensamentos livres e discordantes.  Muito menos havia necessidade de se tolerar iniciativas autônomas da parte dos indivíduos.
Uma vez implantado o socialismo, qualquer mudança representaria uma intolerável perturbação no perfeito estado alcançado pela humanidade, que agora vive sob as bênçãos do socialismo.  Sob tais condições paradisíacas, seria loucura tolerar qualquer discordância.
Para os socialistas, a liberdade é um preconceito burguês. O cidadão comum não possui idéias próprias; ele não escreve livros, não promove heresias, e não inventa novos métodos de produção.  Ele simplesmente desfruta a vida.  Ele não dá valor aos intelectuais que apenas "querem o seu bem" e que ganham a vida fomentando a discórdia e a luta de classes.
Ao longo de sua carreira, Marx jamais confiou no povo e jamais acreditou que este pudesse espontaneamente exigir alterações no "arranjo burguês" e implantar o arranjo que Marx defendia.  Os trabalhadores nunca foram entusiastas do socialismo.  Eles apoiavam o movimento sindical cuja luta por maiores salários Marx desprezava como inútil. Eles pediam por todas aquelas medidas de interferência do governo nas empresas, medidas essas que Marx rotulava como tolices pequeno-burguesas.  Eles se opunham ao progresso tecnológico — nos primórdios, destruindo as novas máquinas; mais tarde, utilizando os sindicatos para, por meio da coerção, forçar o empregador a contratar mais operários do que o necessário.
O sindicalismo — a apropriação das empresas pelos trabalhadores que nela trabalham — é um programa que os trabalhadores desenvolveram espontaneamente.  Já o socialismo foi trazido para as massas por intelectuais de procedência burguesa.  Jantando e tomando vinhos conjuntamente nas luxuosas mansões londrinas e nas mansões rurais da "sociedade" vitoriana, damas e cavalheiros com trajes elegantes planejavam esquemas para converter o proletariado britânico ao credo socialista.
Como a revolução não veio espontaneamente, teve de ser imposta "pelo bem do povo".
Ao mesmo tempo em que dizem defender a liberdade, os socialistas defendem abertamente que a redução da liberdade e a submissão a seus ditames é um preço a ser pago pela obtenção de mais prosperidade.  Em sua novilíngua, "não vale a pena" ter liberdade se ela gera pobreza.  Sacrificar a liberdade com o intuito de "trazer riqueza para as massas" é plenamente justificável, dizem eles. 
Para os poucos e rebeldes individualistas que quiserem a liberdade de se recusar a aceitar os ditames socialistas, o destino será o mesmo dos camponeses ucranianos que morreram esfaimados por Stalin.
As populações que aceitaram a promessa de trocar um pouco de liberdade por um pouco mais de prosperidade ficaram sem ambas.

Ludwig von Mises  foi o reconhecido líder da Escola Austríaca de pensamento econômico, um prodigioso originador na teoria econômica e um autor prolífico.  Os escritos e palestras de Mises abarcavam teoria econômica, história, epistemologia, governo e filosofia política.  Suas contribuições à teoria econômica incluem elucidações importantes sobre a teoria quantitativa de moeda, a teoria dos ciclos econômicos, a integração da teoria monetária à teoria econômica geral, e uma demonstração de que o socialismo necessariamente é insustentável, pois é incapaz de resolver o problema do cálculo econômico.  Mises foi o primeiro estudioso a reconhecer que a economia faz parte de uma ciência maior dentro da ação humana, uma ciência que Mises chamou de "praxeologia".

fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2478

Quer matar as pessoas de fome em pleno ano de 2016? Adote o socialismo por Jeffrey Tucker



Uma das maiores façanhas da mente humana foi ter encontrado uma solução para aquele que é o maior desafio da nossa vida aqui na terra: ter o suficiente para comer. Comparado a isso, ter um teto sob o qual viver e roupas para cobrir o nosso corpo são coisas fáceis de serem obtidas: você encontra uma caverna, mata um animal, arranca sua pele e você já tem abrigo e roupa.
Por outro lado, encontrar comida sempre foi um problema diário para os seres humanos, e nunca foi resolvido definitivamente.  Mesmo no exemplo acima, o animal morto lhe garantirá um estoque para apenas um dia de comida.  Mas você precisa de muito mais do que apenas um grande estoque; você precisa criar um sistema que forneça um fluxo contínuo de alimentos.
Em 2016, pode-se dizer que finalmente já temos este sistema em funcionamento.  E ele é capaz de sustentar 7,4 bilhões de pessoas.  Ele é hoje tão robusto, que os países desenvolvidos estão enfrentando um problema oposto à fome: a obesidade, algo que, na história da evolução social, é um bom problema para se ter.
A criação desse sistema — o qual você pode vivenciar em qualquer mercearia ou quitanda do seu bairro — refutou todas as pavorosas expectativas de legiões de céticos catastrofistas do século XIX.  À época, o mundo vivenciava uma explosão demográfica.  A população crescia a um ritmo até então inimaginável.  Como essas pessoas seriam alimentadas?  A maioria dos intelectuais da época não conseguia imaginar como isso seria possível.
E, no entanto, foi possível.  Tão complexo, desenvolvido e produtivo se tornou o atual mercado global de alimentos, que a verdade é que é extremamente difícil quebrar esse sistema.  Criar uma inanição em massa em pleno ano de 2016 é algo que requer um esforço extraordinário.  É algo que requer a adoção de um abrangente sistema de coerção que ataque exatamente todas aquelas instituições que possibilitam a abundância de alimentos: a propriedade privada, a liberdade de empreender, o comércio internacional, a moeda, o sistema de preços livres, e a inovação comercial.
O socialismo ataca novamente
Infelizmente, esse sistema coercivo e destruidor existe.  Ele atende pelo nome de "socialismo".  Ele está sendo aplicado hoje em um país que outrora era rico, confortável e civilizado; um país que possui as maiores reservas de petróleo do mundo.
Sim, parece ficção.  Mas não é.  Em um país específico, ao longo de 16 anos de implacável destruição da propriedade privada, da moeda, do sistema de preços, da liberdade de empreendimento, e do comércio, tudo isso feito gradualmente em um sanguinolento passo a passo, o socialismo gerou inimagináveis cenas de sofrimento humano.
Esse país, obviamente, é a Venezuela.  Tudo começou sob o governo de Hugo Chávez e agora continua sob a regência de seu sucessor, Nicolás Maduro.  Por piores, corruptas e despóticas que fossem suas intenções, não é crível imaginar que ambos quisessem criar propositalmente o atual cenário de inanição que se vê no país.  Ao contrário, a dupla prometeu implantar todas aquelas promessas de sempre do socialismo: justiça, igualdade, liberdade, e o fim da exploração. 
No entanto, se você analisar o que está ocorrendo na Venezuela, verá a abolição de tudo aquilo que podemos chamar de 'civilização'.
Jamais conseguiria colocar em melhores palavras do que este recente artigo do The New York Times:

CUMANÁ, VENEZUELA - Com caminhões de entrega sujeitos a constantes ataques, os alimentos na Venezuela agora são transportados sob proteção de guardas armados. Soldados patrulham padarias. A polícia dispara balas de borracha em pessoas desesperadas que invadem armazéns, farmácias e açougues. Uma menina de 4 anos foi morta a tiros quando gangues lutavam por comida.
A fome está convulsionando a Venezuela.
Em Cumaná, berço de um dos heróis da independência, centenas de pessoas invadiram dias atrás um supermercado, gritando que queriam comida.  Elas quebraram uma grande porta metálica e invadiram a loja.  Roubaram água, farinha, cereais, sal, açúcar, batatas e tudo mais que encontravam, deixando para trás geladeiras quebradas e prateleiras reviradas.
E mostraram que, mesmo em um país com a maior reserva petrolífera do mundo, as pessoas podem se rebelar caso falte comida.
Só nas duas últimas semanas, mais de 50 saques, protestos e revoltas por alimentos eclodiram na Venezuela.  Inúmeros estabelecimentos foram saqueados ou destruídos. Ao menos cinco pessoas morreram. [...]
O país busca desesperadamente ter o que comer. O colapso econômico dos anos recentes deixou a Venezuela incapaz de produzir alimentos suficientes ou de importar o que precisa. Cidades estão sob vigilância militar em consequência do decreto de emergência do presidente Nicolás Maduro, o homem que Chávez escolheu para dar prosseguimento à sua revolução antes de morrer, três anos atrás.
"Se não houver comida, haverá mais rebeliões", disse Raibelis Henríquez, de 19 anos, após esperar todo o dia na fila do pão em Cumaná, onde pelo menos 22 estabelecimentos comerciais foram atacados em um único dia na semana passada.
Mas enquanto a convulsão e os tumultos se espalham pelo país alarmado, é a fome o que permanece sendo a constante fonte de inquietação.
Um assustador índice de 87% dos venezuelanos diz não ter dinheiro suficiente para comprar comida, segundo o mais recente levantamento da Universidade Simón Bolívar.
Em média, 72% do salário da população vem sendo gasto na alimentação, de acordo com o Centro de Documentação e Análise Social. Em abril, descobriu-se que uma família precisaria do equivalente a 16 salários mínimos para se alimentar adequadamente.
Pergunte a pessoas em Cumaná quando foi a última vez que fizeram uma refeição e muitos responderão que não foi naquele dia.
Entre estes estão Leidy Cordova, de 37 anos, e seus cinco filhos — Abran, Deliannys, Eliannys, Milianny e Javier Luis —, com idade entre 1 e 11 anos. Na noite de quinta-feira, toda a família não comia desde o almoço do dia anterior, quando Leidy fez uma sopa de pele de frango e gordura que conseguiu comprar mais barato no açougue.
"Meus filhos me dizem que estão com fome", disse Leidy, ante o olhar das crianças. "E tudo que posso dizer é que sorriam e aguentem."
Outras famílias se veem na situação de ter de escolher quem vai poder comer. Lucila Fonseca, de 69 anos, sofre de câncer linfático; sua filha, Vanessa Furtado, tem um tumor no cérebro. Apesar de também estar doente, Vanessa, em muitos dias, abre mão da pouca comida que tem para que a mãe não fique sem as refeições.
"Eu era muito gorda, não sou mais", disse Vanessa. "Estamos morrendo aos poucos." A mãe acrescentou: "Estamos fazendo a dieta-Maduro: sem comida, sem nada". [...]
Campos de cana-de-açúcar por todo o país estão sem cultivo por causa da falta de fertilizantes. Sem uso, máquinas agrícolas enferrujam nas fábricas estatizadas. Produtos básicos como milho e arroz, antes exportados, agora têm de ser importados e chegam em quantidades que não suprem a demanda.
Em resposta, Maduro apertou o cerco à rede de abastecimento. Usando os decretos de emergência que assinou neste ano, o presidente pôs a maior parte da distribuição sob o controle de brigadas de cidadãos leais à esquerda, medida considerada pelos críticos como reminiscente do racionamento alimentar de Cuba.
"Isso significa, em outras palavras, que se você for meu amigo, meu simpatizante, você tem comida", disse Roberto Briceño-León, diretor do Observatório da Violência Venezuelano, grupo de direitos humanos.
É uma nova realidade para Gabriel Márquez, de 24 anos, que cresceu em anos prósperos, quando a Venezuela era rica e prateleiras vazias, algo inimaginável. Ele estava parado em frente a um supermercado destruído em Cunamá, com garrafas quebradas, caixas e prateleiras espalhadas pelo chão. Algumas pessoas, entre elas um policial, reviravam os destroços à procura de algo aproveitável.
"No carnaval, fazíamos guerra de ovos", disse Gabriel. "Hoje, um ovo é como ouro."
Na pequena cidade pesqueira de Boca de Uchire, centenas de pessoas se reuniram numa ponte protestando contra a falta de alimentos. Queriam falar com o prefeito. Como ele não apareceu, saquearam um bar de chineses, estourando a porta com picaretas. Por trás da ação estava embutida a raiva à potência global que nos últimos anos emprestou bilhões de dólares à Venezuela. "Os chineses não quiseram nos vender", disse um taxista que olhava a multidão saquear. "Então, queimaram seu negócio."
Nem sempre fica claro o que provoca as rebeliões. Será apenas a fome? Ou é uma raiva mais ampla surgida num país que está desmoronando?
Inés Rodríguez não tinha certeza. Ela lembra que gritou para a multidão que queria saquear seu restaurante na quarta-feira à noite e lhes ofereceu todo o frango e o arroz que havia lá em troca de eles não quebrarem os móveis e a caixa registradora. Eles recusaram a oferta e simplesmente a empurraram para o lado e depredearam tudo, disse Rodríguez.
"Hoje vivemos o encontro da fome com o crime", disse.
Enquanto ela falava, três caminhões com guardas armados passaram, todos adornados com fotos de Chávez e Maduro.
Os caminhões carregavam comida.
"Finalmente eles chegaram aqui", disse Rodríguez. "E veja o que foi preciso para isso. Foi necessária essa revolta para conseguirmos alguma coisa para comer."
Eis alguns depoimentos contidos na reportagem:

"Tenho que sair de casa às 5 da madrugada, sob risco de ser morto, para enfrentar filas o dia inteiro e só voltar com dois ou três itens de comida", relata Jhonny Mendez.  Mendez vive em Caracas com a mulher Leida Bolivar e os filhos Yoelver Barreto, Yorver Barreto, Yoalvier Barreto.
"Estamos comendo menos porque não encontramos comida nos mercados e, quando elas estão disponíveis, as filas são infernais e não conseguimos comprar. Atualmente, não fazemos três refeições. Com sorte, conseguimos comer duas vezes ao dia", diz Victoria Mata.
"Estamos há cerca de 15 dias comendo pão com queijo ou arepa — prato típico venezuelano — com queijo. Hoje, nos alimentamos pior do que antigamente porque não se acha comida e, quando há disponibilidade, não podemos pagar", reclama Lender Perez ao lado da mulher Isamar Ramirez e dos filhos Lismar e Lucia
"Estamos nos alimentando muito mal. Por exemplo, se temos farinha de milho, comemos arepas o dia todo. Mesmo quando temos dinheiro não encontramos comida para comprar. E quando encontramos, eles são caro demais", relata Rosa Elaisa Landaez ao lado de seus filhos Albert Perez, Yeiderlin Gomez e Abel Perez
"Antes, conseguíamos comprar comida para até 15 dias. Hoje, só cobrimos nossas necessidades diárias", diz Romulo Bonalde. Ele e a mulher Maria de Bonalde têm 9 itens alimentícios na despensa de casa
"Comer se transformou em algo de luxo na Venezuela. Antes, nosso dinheiro comprava roupas e outros itens. Hoje, vai tudo em comida", aponta Yaneidy Guzman ao lado das filhas Steffany Perez, Fabiana Perez e Esneidy Ramirez.
"Somos uma família grande e está cada vez mais difícil para conseguirmos comer", diz Ricardo Mendez.
A seguir, um vídeo que faz uma compilação das rotineiras cenas de violência e de saques a estabelecimentos comerciais e a caminhões que transportam comida.




E, após a morte de um ente, as famílias enfrentam outro tormento.  Segundo essa reportagem do The Washington Post:

"Meu irmão era um homem decente", disse com tristeza Julio Andrade, enquanto esperava no necrotério de Caracas a chegada do corpo do irmão mais velho. O cadáver de Rubén Dario, de 55 anos, fora encontrado dois dias antes numa rodovia perto da cidade. Havia sido sequestrado e morto. O sofrimento da família, porém, não acabava ali. "Além da dor desta situação terrível, temos de enfrentar o preço do funeral", queixou-se Andrade.
Na Venezuela, a vida vale pouco, e morrer sai caro. Segundo o Observatório Venezuelano da Violência, houve quase 28 mil homicídios no país em 2015, dos quais 5.250 na capital. Caracas é a mais violenta das grandes cidades do mundo, segundo levantamento anual da ONG mexicana Conselho de Cidadãos para Segurança Pública e Justiça Criminal.
Num país em que a inflação galopou para 700% e a economia encolheu 10% em 2015, a população luta para pagar por comida, remédio e outras necessidades. Com a escassez de muitos produtos e uma moeda desvalorizada, tudo ficou mais caro. Enterros não são exceção.
Para organizar um funeral e sepultamento decentes, uma família precisa de pelo menos 400 mil bolívares — cerca de US$ 400 no mercado paralelo, que determina o preço de quase tudo para a maioria dos venezuelanos. A quantia é astronômica para a Venezuela, onde o salário mínimo é de 15 mil bolívares — ou US$ 15. As funerárias também enfrentam dificuldades, pois as pessoas nunca conseguem pagar a conta.
Conclusão
Algumas pessoas com frequência me perguntam por que eu sou tão passional quando o assunto é liberdade de empreendimento e livre mercado.  Veja aí a resposta prática.  Em última instância, a defesa da liberdade e do livre mercado é uma defesa da qualidade de vida na terra.  Vamos prosperar ou vamos morrer de fome?  É disso que se trata a economia.  E não é um problema abstrato.
Qualquer país do planeta é capaz de criar a fome em massa.  Tudo o que é necessário fazer é seguir o caminho da Venezuela.  Ataque a propriedade privada, persiga os empreendedores e comerciante, destrua a moeda, extinga o sistema de preços, acabe com o comércio internacional, estatize empresas, mande para a cadeia os seus opositores, e desmantele aquele sistema de liberdade natural que alimenta o mundo.
Isso é o socialismo.  É o caminho garantido para o inferno na terra.

Jeffrey Tucker é o CEO do Liberty.Me.  É também autor dos livros It's a Jetsons World: Private Miracles and Public Crimes e Bourbon for Breakfast: Living Outside the Statist Quo




fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2453

Cientista político americano afirma que o Brasil é um país socialista.

O cientista político americano Steven Brams afirma que o Brasil vive um momento político muito conturbado e que as políticas e reformas adotadas pelo Estado, ergueram os pilares para a implementação de um regime socialista, mas próximo do comunismo do que se possa imaginar. Brams é cientista político do Departamento de Política da Universidade de Nova Iorque, sendo mais conhecido por usar as técnicas da teoria dos jogos, a teoria da escolha pública, e a teoria da escolha social para analisar sistemas de votação e divisão justa em eleições americanas. Brams disse que o Brasil vive um momento dramático em função do impeachment de Dilma Rousseff e que o sistema político brasileiro nada se assemelha com uma democracia e sim com um sistema arbitr&aacu te;rio, que permite abusos de poder por parte do governo e sobretudo, beneficia a corrupção e a impunidade.

 O Brasil é um país socialista na visão do senhor?

-Sim, bem próximo de um sistema que se assemelha ao sistema social democrático adotado em Cuba. O Brasil foi sendo transformado por dentro, as estruturas do Estado foram sendo modificadas de forma lenta e gradual. Hoje praticamente o Estado se encontra totalmente pavimentado e pronto para assumir um papel político totalmente voltado para o socialismo.

  Quando se deram estas mudanças e quais foram estas modificações?

 - Basicamente as transformações foram implementadas no governo do ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso. Cardoso, tentou introduzir um modelo político bem próximo do socialismo adotado na França, com mudanças radicais que permitiram a edificação dos pilares marxistas. No governo de Cardoso foram criados diversos sindicatos, financiamentos de grupos de esquerda, ONGs e políticas sociais que fortificaram o socialismo. O sistema político e a estrutura econômica também foram modificadas com a criação de uma carga tributária muito pesada, que serve para sustentar os programas sociais. Desta forma, pode se notar uma forte concentração de toda a renda gerada no país, nas mãos do governo. Há também o controle do Estado sobre a sociedade com a adoção de leis, normas e regimentos. Um exemplo foram as centenas d e agências de controle e regulação sobre diversos setores do Estado.

  E o PT? Qual o papel do PT nesta mudança política?

-O PT e o PSDB adotam um mesmo pensamento ideológico, não se diferem nesta questão quando o assunto é a implementação do atual sistema politico. São duas lideranças de esquerda com mais força política dentro do cenário brasileiro. O PT foi apenas uma complementação do projeto de reformas que o Estado já vinha sofrendo. Só que o PT é um partido mais radical e adotou apressadamente, políticas que vinham sendo implementadas a conta gotas por Cardoso. Acredito que o PT apenas acelerou o processo de socialização e abriu a porta para se chegar em uma política bem próxima da política adotada em Cuba. Mas não foi só no Brasil que isto ocorreu. Todos os países latinos sofreram esta mesma mudança que muitos chamam de "bolivarianismo".

Então o Brasil está próximo de se tornar um país comunista?

 -A esquerda usa muitos termos para designar o comunismo. Vejamos: A social democracia, o socialismo, o nazismo e o fascismo. No fundo todas estas designações são de origem comunista. Apenas o que difere o comunismo desta designações, é a maneira em que este comunismo é administrado politicamente. A social democracia é um comunismo mais ligth, mais leve, vai sendo introduzido lentamente sem que se perceba e se quem a sociedade sinta seus efeitos. Enquanto isso o Estado vai sendo modificado. No final deste processo o país já estará totalmente modificado, estruturado e a sociedade conformada e totalmente difundida dentro do comunismo.

 Manipulação e doutrinas?

 -Sim, os reformistas que adotam a social democracia modificam também a estrutura social. A engenharia social tem um papel importante neste aspecto de mudanças. Principalmente na cultura, na mídia e no dia a dia da sociedade.

 O Sr, acha que o impeachment trouxe alguma luz no fim do túnel?

 -Não! de maneira nenhuma! O afastamento da presidente Dilma Rousseff não significa o fim do sistema político, mas sim sua continuidade, pois nenhuma estrutura do Estado foi modificada. Apenas na questão econômica pode ser que haja alguma reação no sentido de tirar o país da crise, mas isto não significa que o atual governo fará alguma mudança na política do Estado. O processo foi continuado e nada mudou no que diz respeito ao sistema político. O impeachment é um instrumento constitucional do sistema, e foi usado pelo próprio sistema apenas para afastar um presidente e não eliminar um sistema politico. O Brasil continua sob controle da social democracia.

 O sistema no Brasil é perverso?

 -Todo sistema é perverso. Mas a democracia continua sendo o melhor sistema. No Brasil não vejo traços de democracia e sim da social democracia. No Brasil o sistema beneficia o Estado e não a sociedade, beneficia a corrupção e a impunidade. As leis são ineficazes e protegem o sistema e os corruptos. É um sistema controlador, manipulador, quase tirano. No Brasil o povo brasileiro perdeu muito sua honra e seu patriotismo, talvez pelas políticas que foram adotadas com o intuito de corromper a sociedade.

Então não há saídas para o Brasil sair deste sistema?

-Há sim, mas esta saída não será dada pelo sistema e sim pela sociedade. A esquerda brasileira conseguiu com suas doutrinas, por assim dizer, dividir o Brasil em vários segmentos sociais. Isso talvez dificulte uma reação da própria sociedade muito desunida com relação aos problemas do país. Nota-se que há legiões de pessoas que defendem o sistema, talvez acomodadas com a situação, outras defendem os partidos e outras os políticos que as corrompem. Não há uma união no sentido de se pensar na Pátria, na Nação e nos destinos do país. Certamente que isso é um grande problema, pois haverá sempre desunião. Há vários segmentos que não pensam ou não possuem um mesmo objetivo.

O povo brasileiro fala muito em Intervenção militar. O que o Sr. acha disto?

-É como eu afirmei antes. Há vários segmentos que pensam diferente, com objetivos diferentes. Pelo que eu vejo, há grupos de pessoas que estão sugerindo uma intervenção militar no Brasil. Podemos dizer que este segmento é mais coeso do que os outros, pois se fixam apenas em um único objetivo. Este segmento não defende partidos, políticos e nem o sistema. É mais patriótico e mais coeso do que os demais segmentos. Este grupo de pessoas exigem uma mudança radical no sistema, ou sua total destruição. É mais radical e mais coeso neste sentido. Talvez por isso não encontre apoio de políticos e nem da mídia que vive nas beiradas do sistema. Uma intervenção militar com o povo exigindo mudanças, certamente colocaria em risco o atual sistema político brasileiro.

Para terminarmos esta entrevista, qual mensagem o Sr. daria para os brasileiros?

-Que sejam mais patriotas e coesos em seus objetivos. É preciso que a sociedade se conscientize dos problemas do país e exija mudanças. Se querem mudanças, se unam e cobrem dos políticos bem intencionados. Sempre há políticos bem intencionados que precisam de uma pressão da sociedade para exigir as mudanças. O Brasil não tem um perfil de conscientização. É preciso criar este perfil. É preciso sobretudo pensar no país, pois se não pensarem no país, os corruptos e políticos mau intencionados pensarão e farão o que bem entenderem.

O que é realmente o socialismo e qual o seu maior problema por Jesús Huerta de Soto

                                                Sim, vivemos sob o socialismo

Não há nada mais prático do que uma boa teoria. 

Por isso, proponho-me a explicar em termos teóricos o que é o socialismo e por que ele não apenas é um erro intelectual, como também é uma impossibilidade científica.  Mostrarei por que ele se desmoronou — ao menos o socialismo real — e por que o socialismo que segue existindo na forma de intervencionismo econômico nos países ocidentais é o principal culpado pelas tensões e conflitos de que padece o mundo atual. 

Ainda estamos vivendo em um mundo essencialmente socialista, não obstante a queda do Muro de Berlim; e continuamos tolerando os efeitos que, segundo a teoria, são próprios da intervenção do estado sobre a vida social.
Para definir o socialismo, é necessário antes entendermos o conceito de "função empresarial".  Os teóricos da economia dizem que a função empresarial é uma capacidade inata do ser humano.  Não estamos nos referindo aqui ao empresário típico que leva adiante um empreendimento.  Estamos nos referindo, isso sim, à capacidade inata que todo ser humano tem de descobrir, criar, tomar conhecimento das oportunidades de lucro que surgem ao seu redor e atuar de modo a se aproveitar das mesmas. 
Com efeito, etimologicamente, a palavra 'empresário' evoca o descobridor, alguém que percebe algo e aproveita a oportunidade.  Em termos mais figurativos, seria a lâmpada que se acende.
A função empresarial é a mais essencial das capacidades do ser humano.  Essa capacidade de criar e de descobrir coisas é o que, por natureza, mais nos distingue dos animais.  Neste sentido geral, o ser humano, mais do que um homo sapiens é um homo empresario
Quem seria, portanto, um empresário?  Não se trata apenas de Henry Ford ou de Bill Gates, que sem dúvida alguma são grandes empresários no âmbito comercial e econômico.  Um empresário é toda e qualquer pessoa que tenha uma visão criativa, uma visão revolucionária.  Madre Teresa de Calcutá, por exemplo.  Sua missão era ajudar aos mais necessitados, e ela buscava fazer isso de forma criativa, unindo voluntários e canalizando os desejos de todos para o seu objetivo.  Por isso, Teresa de Calcutá foi um exemplo paradigmático de empresário.
Portanto, entendamos a função empresarial como sendo a mais íntima característica de nossa natureza como seres humanos, a característica que explica o surgimento da sociedade e o seu desenvolvimento como uma extremamente complicada rede de interações.  A sociedade é formada por inúmeras relações de interação e troca entre indivíduos, relações estas que são empreendidas porque, de alguma forma, imaginamos que estaremos melhor após elas.  Todas estas relações são impulsionadas por nosso espírito empresarial.
Todo ato empresarial produz uma sequência de três etapas.
A primeira consiste na criação da informação: quando um empresário descobre ou cria uma ideia nova; quando ele gera em sua mente uma informação que antes não existia. 
Para colocar essa descoberta em prática, ele parte para a segunda etapa, que é quando ele combina recursos para satisfazer necessidades.  Se, de um lado, ele percebe que há um recurso barato e mal aproveitado, e, do outro, ele descobre que há demandas que podem ser satisfeitas com este recurso, ele irá atuar de modo a coordenar este "desarranjo". Ele irá comprar barato o recurso, utilizá-lo, transformá-lo, e vendê-lo a um preço maior, satisfazendo assim a demanda que ele havia percebido. 
Desta forma, a informação é transmitida a todos, o que nos leva à terceira e última etapa, que é quando os agentes econômicos, atuando de maneira descoordenada, observam, aprendem e descobrem que devem conservar e economizar melhor um determinado recurso porque alguém o está demandando. 
Estes são os três planos que completam a sequência: criação de informação, transmissão de informação e, o mais importante, o efeito de coordenação gerado pelas duas etapas anteriores. 
Desde o momento em que acordamos e nos levantamos da cama até o momento em que voltamos a dormir, disciplinamos nosso comportamento em função das mais distintas necessidades, em função das necessidades de pessoas que nem sequer conhecemos; e fazemos isso por iniciativa própria porque, seguindo nosso próprio interesse empresarial, sabemos que assim saímos ganhando.  É importante entendermos tudo isso porque, em contraste, vejamos agora o que é o socialismo.
O socialismo deve ser definido como sendo "todo e qualquer sistema de agressão institucional e sistemática contra o livre exercício da função empresarial".  O socialismo consiste em um sistema de intervenção que se impõe pela força, utilizando todos os meios coercitivos do estado. 
O socialismo poderá apresentar determinados objetivos como sendo bons, mas terá de impor estes objetivos supostamente bons por meio de intervenções coercivas que provocarão distúrbios neste processo de cooperação social protagonizado pelos empresários.  Sendo assim — e essa é sua principal característica —, o socialismo funciona por meio da coerção.  Esta definição é muito importante porque os socialistas sempre querem ocultar sua face coerciva, a qual é a essência mais distintiva de seu sistema.
A coerção consiste em utilizar a violência para obrigar alguém a fazer algo.  De um lado temos a coerção do criminoso de rua que assalta um indivíduo qualquer; de outro temos a coerção do estado, que é a coerção que caracteriza o socialismo.  Quando a coerção é aleatória, não sistemática, o mercado tem, na medida do possível, seus próprios mecanismos para definir direitos de propriedade e defender-se da criminalidade. 
Porém, se a coerção é sistemática e advém institucionalmente de um estado que detém todos os instrumentos do poder, a possibilidade de nos defendermos destes instrumentos e evitá-los é muito reduzida.  É neste ponto que o socialismo manifesta sua realidade em toda a sua crueza.
O socialismo não deve ser definido unicamente em termos de propriedade pública ou privada dos meios de produção.  Isso é um arcaísmo.  A essência do socialismo é a coerção, a coerção institucional oriunda do estado, por meio da qual se pretende que um órgão planejador se encarregue de todas as tarefas supostamente necessárias para se coordenar toda uma sociedade. 
A responsabilidade é retirada à força dos indivíduos — que são naturalmente os únicos responsáveis por sua função empresarial, e que almejam seus objetivos e querem alcançá-los utilizando os meios mais adequados para tal — e repassada a um órgão planejador que, "lá de cima", pretende impor por meio da coerção sua visão específica de mundo e seus objetivos particulares. 
[N. do E.: no Brasil, pense nas agências reguladoras que cartelizam todo o mercado e impedem a livre iniciativa e a livre concorrência, em todos os ministérios que impõem a agenda de seus integrantes sobre toda a população brasileira, em toda a burocracia que atrapalha o empreendedorismo dos pequenos, e em toda a carga tributária que impede o surgimento de novas empresas].
Nesta definição de socialismo, vale enfatizar que é irrelevante se este órgão planejador foi ou não eleito democraticamente.  O teorema da impossibilidade do socialismo se mantém intacto, sem nenhuma modificação, independentemente de ser democrática ou não a origem do órgão planejador que quer impor à força a coordenação de toda a sociedade.
Definido o socialismo desta maneira, expliquemos então por que ele é um erro intelectual. 
O socialismo é um erro intelectual porque é impossível que o órgão planejador encarregado de exercer a coerção para coordenar a sociedade obtenha todas as informações de que necessita para fornecer um conteúdo coordenador às suas ordens.  Este é o grande paradoxo do socialismo, e o seu maior problema.  O planejador da economia necessita receber um fluxo ininterrupto e crescente de informação, de conhecimento e de dados para que seu impacto coercivo — a organização da sociedade — tenha algum êxito. 
Mas é obviamente impossível uma mente ou mesmo várias mentes obterem e processarem todas as informações que estão dispersas na economia.  As interações diárias entre milhões de indivíduos produzem uma multiplicidade de informações que são impossíveis de serem apreendidas e processadas por apenas um seleto grupo de seres humanos.
Os teóricos da Escola Austríaca de Economia, Mises e Hayek, elaboraram quatro argumentos básicos no debate que mantiveram durante a primeira metade do século XX contra os teóricos da economia neoclássica, os quais nunca foram capazes de entender o problema inerente ao socialismo.
E por que não foram capazes de entendê-lo?  Pelo seguinte motivo: eles acreditavam que a economia funcionava exatamente como nos livros-textos de faculdade.  Mas o que os livros-textos ensinam em relação ao funcionamento da economia de mercado é radicalmente falso e fictício.  Tais manuais baseiam suas explicações sobre o mercado em termos matemáticos que supõem um ajuste perfeito.  É como se o mercado fosse uma espécie de computador que ajusta de maneira automática e perfeita os desejos dos consumidores à ação dos produtores.  O modelo ideal dos manuais é o da concorrência perfeita, descrito pelo sistema de equações simultâneas de Walras. 
Quando era universitário, minha primeira aula de economia foi com um professor que começou sua explanação com a seguinte e espantosa frase: "Suponhamos que todas as informações sejam conhecidas".  E logo em seguida ele se pôs a encher o quadro-negro com funções, curvas e fórmulas.  Esta é exatamente a hipótese da qual partem os neoclássicos: todas as informações são conhecidas e nada se altera; tudo é estático.  Mas esta hipótese é radicalmente irreal.  Ela vai contra a característica mais típica do mercado: a informação nunca é conhecida por todos; ela está dispersa pela economia.  Ela não é um dado constante que está ali para ser consultado a qualquer momento.  O conhecimento dos dados surge continuamente em decorrência da atividade criativa dos empresários: novos fins são almejados, novos meios são criados e utilizados.  Logo, qualquer teoria econômica construída a partir deste pressuposto irreal está fatalmente errada.
Os economistas neoclássicos pensaram que o socialismo era possível porque supuseram que todos os dados necessários para elaborar o sistema de equações simultâneas de Walras e encontrar sua solução eram "conhecidos".  Não foram capazes de apreciar o que ocorria neste mundo que tinham de investigar cientificamente; por conseguinte, não conseguiram entender o que realmente se passava.
Somente a Escola Austríaca seguiu um paradigma distinto.  Ela nunca supôs que as informações já estavam dadas e eram conhecidas por todos.  Ela sempre considerou que o processo econômico era impulsionado por empresários que continuamente incorrem em transações e descobrem novas informações.  Somente ela foi capaz de entender e explicar que o socialismo era um erro intelectual.  Ela desenvolveu seu argumento utilizando quatro enunciados: dois podem ser considerados "estáticos" e os outros dois podem ser considerados "dinâmicos".
Em primeiro lugar, a Escola Austríaca afirma, como já dito, ser impossível o órgão planejador coletar e utilizar corretamente todas as informações de que necessita para imprimir um conteúdo coordenador às suas ordens.  O volume de informações que os seres humanos manejam e com as quais lidam diariamente é imenso, de modo que é impossível gerir o que sete bilhões de seres humanos têm na cabeça.  Embora os neoclássicos não tenham sequer conseguido entender este argumento, ele é o mais fraco e o menos importante.  Ao fim e ao cabo, nos dias de hoje, com toda a capacidade informática existente, é um pouco mais fácil lidar com volumes imensos de informação.
O segundo argumento é muito mais profundo e contundente.  A informação com que lida o mercado não é objetiva; não é como a informação que se encontra impressa em um catálogo.  A informação empresarial possui uma natureza radicalmente distinta; ela é uma informação subjetiva, e não objetiva.  Ela é tácita, por assim dizer.  Ela é do tipo "sabemos algo, temos a técnica, a prática e o conhecimento, mas não sabemos no que tudo isso consiste detalhadamente." 
Explicando de outra forma: é como a informação necessária para andar de bicicleta.  É como se alguém quisesse aprender a andar de bicicleta estudando as fórmulas físicas e matemáticas que expressam o equilíbrio que mantém o ciclista enquanto ele pedala.  O conhecimento necessário para saber andar de bicicleta não é adquirido desta forma, mas sim mediante um processo prático de aprendizagem, normalmente bem acidentado, que finalmente permite entender como se equilibra sobre uma bicicleta, além de detalhes fundamentais, como o de que, ao fazermos as curvas, temos de nos inclinar para não cairmos.  É bem provável que Miguel Indurain desconheça os detalhes das leis da física que o permitiram vencer o Tour de France por cinco anos consecutivos, mas ele indubitavelmente possui o conhecimento de como se anda em uma bicicleta.
A informação implícita não pode ser moldada de maneira formalizada e objetiva; tampouco pode ser transmitida corretamente a um órgão planejador.  Só é possível transmitir a um órgão planejador — de modo que este assimile e imponha uma coerção, dando um conteúdo coordenador às suas ordens — uma informação unívoca que não dê brechas a mal entendidos.  Porém, a esmagadora maioria das informações das quais dependemos para sermos bem-sucedidos em nossas vidas não é objetiva; não é informação de catálogo.  É informação subjetiva e tácita.
Mas estes dois argumentos — que as informações são extremamente volumosas e que possuem um caráter subjetivo — não bastam.  Existem outros dois, de caráter dinâmico, que são ainda mais contundentes e cuja implicação inevitável é a impossibilidade do socialismo.
Nós seres humanos somos dotados de uma inata capacidade criativa.  Continuamente descobrimos coisas "novas", almejamos objetivos "novos", e escolhemos meios "novos" para alcançá-los.  É impossível transmitir a um órgão planejador a informação ou o conhecimento que ainda não foi "criado" pelos empresários.  O órgão planejador pode se empenhar o quanto quiser em construir um "nirvana social" por meio de uma publicação diária de decretos e da imposição da força.  Mas, para fazer isso — ou seja, para se alcançar o "nirvana social" — ele tem de saber exatamente o que ocorrerá amanhã.  E o que vai ocorrer amanhã dependerá de uma informação empresarial que ainda não foi criada hoje, e que não pode ser transmitida ainda hoje para que nossos governantes nos coordenem eficientemente amanhã.  Este é o paradoxo do socialismo, a terceira razão.
Mas isso ainda não é tudo.  Existe um quarto argumento que é definitivo.  A própria natureza do socialismo — que, como dito, se baseia na coerção, no impacto coercivo sobre o corpo social ou a sociedade civil — bloqueia, dificulta ou impossibilita a criação empresarial de informação, que é precisamente aquilo de que necessita o governante para dar um conteúdo coordenador às suas ordens.
Esta é a demonstração em termos científicos do motivo de o socialismo ser teoricamente impossível.  É impossível o órgão planejador socialista coletar, apreender e colocar em prática todas as informações de que necessita para imprimir um conteúdo coordenador aos seus decretos.  Esta é uma análise puramente objetiva e científica. 
Não é necessário pensar que o problema do socialismo está no fato de que "aqueles que estão no comando são maus".  Nem mesmo anjos, santos ou seres humanos genuinamente bondosos, com as melhores intenções e com os melhores conhecimentos, poderiam organizar uma sociedade de acordo com o esquema coercivo socialista.  Ela seria convertida em um inferno, já que, dada a natureza do ser humano, é impossível alcançar o objetivo ou o ideal socialista.
Todas estas características do socialismo têm consequências que podemos identificar em nossa realidade cotidiana.  A primeira é seu poder de encanto.  Em nossa natureza mais íntima, sempre encontramos o risco de ceder ao socialismo porque seu ideal nos tenta, porque o ser humano sempre tende a se rebelar contra sua natureza.  Viver em um mundo cujo futuro é incerto é algo que nos inquieta, e a possibilidade de controlar este futuro, de erradicar a incerteza, nos atrai.
Em seu livro A Arrogância Fatal, Hayek diz que, na realidade, o socialismo é a manifestação social, política e econômica do pecado original do ser humano, que é a arrogância.  O ser humano sempre teve o devaneio de querer ser Deus — isto é, onisciente.  Por isso, sempre, geração após geração, temos de estar em guarda contra o socialismo, continuamente vigilantes, e entender o fato de que nossa natureza é criativa, do tipo empresarial. 
O socialismo não é uma simples questão de siglas, abreviações, sindicatos ou partidos políticos em determinados contextos históricos.  O socialismo é uma ideia que está e sempre estará se infiltrando de maneira insidiosa em famílias, comunidades, bairros, igrejas, empresas, movimentos, partidos políticos de todas as ideologias etc.  É necessário lutar continuamente contra a tentação do estatismo porque ele representa o perigo mais original que há dentro dos seres humanos, nossa maior tentação: crer que somos Deus. 
O socialista acredita ser genuinamente capaz de superar o problema da impossibilidade da coleta, da apreensão e da utilização de informações dispersas, problema esse que desacredita totalmente a essência do sistema que ele defende.  Por isso, o socialismo sempre decorre do pecado da soberba intelectual.  Por trás de todo socialista há um arrogante, um intelectual soberbo.  E isso é algo fácil de constatarmos ao nosso redor.
O socialismo não é somente um erro intelectual.  É também uma força verdadeiramente antissocial, pois sua mais íntima característica consiste em violentar, em maior ou menor escala, a liberdade empresarial dos seres humanos em seu sentido criativo e coordenador.  E, como é exatamente isso o que distingue os seres humanos dos outros seres vivos, o socialismo é um sistema social antinatural, contrário a tudo o que o ser humano é e aspira a ser.



Jesús Huerta de Soto , professor de economia da Universidade Rey Juan Carlos, em Madri, é o principal economista austríaco da Espanha. Autor, tradutor, editor e professor, ele também é um dos mais ativos embaixadores do capitalismo libertário ao redor do mundo. Ele é o autor de A Escola Austríaca: Mercado e Criatividade Empresarial, Socialismo, cálculo econômico e função empresarial e da monumental obra Moeda, Crédito Bancário e Ciclos Econômicos.


fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1430