sexta-feira, 12 de junho de 2015

Porto de Mariel: Uma rota segura para o narcotráfico – Parte III

Beira-Mar foi capturado na Colômbia trocando armas por cocaína com as Farc. Com Mariel, isso não teria ocorrido

O megaporto Maciel na província de Artemisa, em Cuba, financiado com dinheiro brasileiro, foi inaugurado recentemente (Adalberto Roque/AFP/Getty Images)
O megaporto Maciel na província de Artemisa, em Cuba, financiado com dinheiro brasileiro, foi inaugurado recentemente (Adalberto Roque/AFP/Getty Images)
O que muitos não sabem é que há laços estreitos entre Cuba e o narcotráfico. Principalmente, entre a ditadura castrista e as Farc. Tudo por causa do Foro de São Paulo, que entre 1990 e 2003 foi presidido por Luis Inácio Lula da Silva, Manuel Marulanda Vélez e Raúl Reyes, isso é, o ex-presidente brasileiro e os dois fundadores das Farc.
Contudo, o Foro de São Paulo, fundado em 1990 com o objetivo de implantar o comunismo na América Latina, foi idealizado e sempre contou com forte presença de Fidel Castro. Fidel é figura central e constante do Foro de São Paulo e Cuba é praticamente rota obrigatória do narcotráfico na América Latina.
Agora, com o Porto de Mariel, financiado por Dilma Vana Rousseff, não haverá mais empecilhos para que Cuba se consolide como logística das Farc. A droga poderá passar pela ilha em gigantescos navios e contêineres e desembarcar em outros destinos, tomando então novos rumos.
A inauguração do Porto de Mariel marca a construção de uma excelente plataforma para organizações latino-americanas de narcotráfico. Com maior capacidade que as demais Zonas de Processamento de Exportação (ZPE’s) da região, porém sem competitividade, como demonstrado nos artigos anteriores, lá poderão chegar mais e maiores contêineres, em navios gigantescos, carregados de drogas, armas e outros ilícitos. E esse comércio pode ajudar a financiar o grupo narcoterrorista colombiano e a própria ditadura castrista.
Óbvio que o regime comunista cubano terá sua parte, que não deve ser pequena. Portanto, além de financiarmos uma ditadura terrorista e sanguinária com o nosso dinheiro, ainda podemos estar financiando indiretamente um grupo guerrilheiro narcoterrorista, que também despejará recursos no colo dos Castro.
Não podemos, nem devemos, esquecer da entrevista do falecido Raúl Reyes, então número dois das Farc, concedida em 2003 ao jornal Folha de São Paulo, em que garantira sua proximidade com Luiz Inácio Lula da Silva, dois de seus assessores especiais (Emir Sader e Frei Betto) e o PT. Também não podemos ignorar as atas do Foro de São Paulo, em que os nomes de Raúl Reyes e Manuel Marulanda Vélez (então número um das Farc) aparecem explicitamente presidindo o Foro juntamente com Lula.
Nestas atas também está claramente registrada a forte presença e influência cubana no Foro de São Paulo. Todos juntos. Sobre os integrantes das Farc, Lula chegara a afirmar depois que seriam produtores de azeitonas. Como pode um então presidente da República ser tão “desinformado”, sendo que as informações sobre as atividades das Farc existem em volume na mídia nacional e internacional há anos?
O regime cubano agora tem tudo para proporcionar uma logística com a qual os narcotraficantes sempre sonharam e proteção governamental para as atividades das Farc. A rota mais provável de se desenhar seria a droga passando por Cuba e daí para a América Central e o México, de onde seguiria para os Estados Unidos da América.
Não à toa, a reinauguração do Porto de Mariel contou com a presença de outros dois apoiadores e entusiastas das Farc e do narcotráfico, o presidente da Venezuela, e assassino, Nicolás Maduro, e o presidente da Bolívia, e fazendeiro de coca, Evo Morales.
Um mosaico que circula nas redes sociais sugere que uma nova geopolítica comunista se articula globalmente (Internet)
Um mosaico que circula nas redes sociais sugere que uma nova geopolítica comunista se articula globalmente (Internet)
Quais são portanto as empresas que virão a se instalar na ZPE de Mariel? Ou pertencerão a amigos do PT, tendo suas operações em Cuba financiadas pelos pagadores de impostos brasileiros via BNDES; ou, noutro cenário, não chagarão a se instalar quaisquer empresas no local, devido à ausência total de segurança jurídica para os investimentos. Em 1996, existira uma ZPE em Mariel: ela fora desfeita do dia para a noite deixando centenas de investidores e fundos de investimentos “a ver navios” (com o perdão da piada).
Também não existirá escala para os Estados Unidos, pois a Lei Helms-Burton pune com suspensão por 180 dias de atracar em portos estadunidenses todos os navios que passarem por Cuba. E, por fim, há outras 65 ZPE’s a pleno vapor, estruturadas e mais competitivas na região do Caribe, América Central e Golfo do México, sendo a ZPE de Mariel apenas mais uma.
Então, para que poderão usar a ZPE de Mariel? Ora, para lavagem de dinheiro, caixa dois (principalmente de partidos políticos latino-americanos e ditadores comunistas apoiadores dos Castro), operações de empresas amigas dos Estados totalitários socialistas financiadas pelos pagadores de impostos desses países, e para explorar mão de obra em regime análogo ao escravo gerando lucros para o regime de Cuba.
Sim, mão de obra que financia a ditadura cubana, porque os investidores não têm permissão de contratar livremente e combinar salários. Tudo deve ser acertado com Raul Castro, pois os trabalhadores cubanos terão salários dos quais receberão aproximadamente 10%, sendo os demais 90% retidos pelo regime comunista (isso lembra um tal de ‘Mais Médicos’?).
Já o Porto de Mariel pode servir para escoar os poucos produtos dessas empresas para seus países de origem e para mais meia dúzia de gatos pingados, escoar cargas destinadas aos regimes totalitários de todo o mundo e, principalmente, escoar a produção do narcotráfico. Governos autoritários da América Latina poderão trocar favores e cargas com os demais governos totalitários do globo. Por exemplo, a Venezuela poderá enviar petróleo e armas à Coreia do Norte, por uma rota segura e desfrutando de ampla logística.
As Farc também poderão escoar sua produção e receber suprimentos diversos de máfias globais e regimes parceiros de todo o mundo. Governos mafiosos de países geograficamente próximos à Colômbia poderão enviar cargas destinadas às Farc para serem retiradas em Cuba, sem levantarem suspeitas nem efetuarem ‘doações diretas’ em solo colombiano.
Traficantes espalhados pela América Latina poderão, enfim, retirar suas encomendas em Cuba e trazê-las tranquilamente a partir do Porto de Mariel, que tornaria a operação mais segura. Fernandinho Beira-Mar teria se embrenhado nas florestas da Colômbia – onde foi ferido e capturado – se houvesse um Porto de Mariel para escoar as armas e as drogas? Com certeza não! E graças à tal operação que foi possível descobrir a ligação do narcotraficante brasileiro com as Farc e também iniciar investigações sobre as ligações desta organização criminosa com outras facções narcotraficantes.
É isso que estamos financiando em Cuba. Isso e mais. É o que abordaremos no próximo artigo.
O Porto de Mariel, em Cuba, foi inaugurado em janeiro de 2014 sob o discurso da abertura comercial na região, apesar da falta de investimento e do embargo econômico dos Estados Unidos (Adalberto Roque/AFP/Getty Images)
O Porto de Mariel, em Cuba, foi inaugurado em janeiro de 2014 sob o discurso da abertura comercial na região, apesar da falta de investimento e do embargo econômico dos Estados Unidos (Adalberto Roque/AFP/Getty Images)
Roberto Barricelli é jornalista e assessor de imprensa do Instituto Liberal



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